Panorama da Educação a distância no Brasil

Introdução

O ensino na modalidade a distância, não é uma novidade recente, há alguns anos vem fazendo parte da história da educação mundial refletindo positivamente em nosso país.

Podemos recordar que há muito já tínhamos contato com cursos a distância, assim que aqui chegaram as rádios a televisão e  correios. Do tempo da minha avó ouvir aulas de idiomas na rádio, do meu tempo ler em revistas em quadrinhos a propaganda do instituto brasileiro de cursos por correspondência, assistir a tele cursos, TV escola e do tempo dos meus filhos e gerações futuras, ensino a distância via internet em ambientes virtuais, aprovados e regulamentados pela LDB em nível fundamental, técnico , graduação e pós-graduação.

Tudo isso se tornou possível pela disposição de tantas inovações tecnológicas, a modalidade de ensino a distância é tão abrangente na atualidade que podemos dizer Educação à distância, pois educar vai além  do ato de ensinar, educação no sentido amplo de interação, convivência, relacionamentos, debates, trocas e compreensão do mundo .

Histórico

A educação a distância é conhecida desde o século XIX nos países europeus e norte americano era oferecido cursos por correspondência.

Após a segunda Guerra Mundial nas décadas de 60 e 70 incorporou-se áudio, cassete e transmissões.

Os maiores responsáveis pelo ensino a distância no Brasil foram o Instituto Universal Brasileiro e o Instituto Monitor, com uma gama maior de cursos, como técnico em eletrônica, secretária, técnico em contabilidade dentre outros.

Em 1986, com a Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional, o Brasil deu um grande salto na educação a distância, pois nesse período constituíram-se os primeiros cursos superiores, já regulamentados pelo Ministério da Educação.

Dados atualizados sobre a EaD

            O Ensino a Distância vem crescendo muito no Brasil, em razão da era da informatização e as facilidades que essa proporciona, e entre 2004 e 2005 o aumento se deu em torno dos 32%, com aproximadamente duzentos e quinze cursos reconhecidos pelo MEC.

De acordo com dados do censo EaD.BR – relatório anual da educação a distância no País.

As instituições a distância ministram 1.752 cursos. Os de especialização formam o maior grupo isolado (37% de todos os cursos), seguido pelos de graduação (26,5%), ou então por um grupo que pode ser composto pelos cursos de graduação mais os tecnólogos ou de complementação pedagógica, que ainda assim ficam com 34,6%, mantendo a superioridade numérica dos cursos de especialização.

Em pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), levanta que maior número de alunos a distância estão nos cursos voltados para a formação de professores. Este volume maior na área de pedagogia em geral justifica-se pela grande demanda de professores sem formação em nível superior.

Os alunos de educação à distância possuem uma faixa etária mais avançada em relação a dos alunos presenciais. A idade predominante e a de mais de 30 anos, a faixa etária predominante é entre 30 a 34, responsáveis por 35% dos alunos.

            Através da portaria Nº4.059, onde cada instituição de ensino poderá disponibilizar 20% da frequência dos alunos em ambientes virtuais e para a utilização de novas tecnologias.Todos os cursos da modalidade presencial experimenta também um pouco da modalidade a distância e vice e versa.

PORTARIA MINISTERIAL Nº 4.059 , DE 10 DE DEZEMBRO DE 2004

Art. 1º (...)

§ 2º Poderão ser ofertadas as disciplinas referidas no caput, integral ou parcialmente,desde que esta oferta não ultrapasse 20 %(vinte por cento) da carga horária total do curso.

Art. 2º A oferta das disciplinas previstas no artigo anterior deverá incluir métodos e práticas de ensino-aprendizagem que incorporem o uso integrado de tecnologias de informação e comunicação para a realização dos objetivos pedagógicos, bem como prever encontros

presenciais e atividades de tutoria. ( MORAN, 2011)

Conclusão

Seguindo a história da educação, e em principal a da educação à distância, podemos concluir que mesmo sendo ainda muito nova esta modalidade, carente de muitas reformas. Pode-se dizer que evoluiu rápido assim como as tecnologias crescem a todo o momento, modificando-se o tempo todo, a EaD tem acompanhando tal crescimento.

A educação não é algo estático, professores não devem ser estáticos, currículos e programas não podem ser rígidos,o papel da educação é acompanhar e mediar as diversas evoluções e manifestações culturais.

A modalidade EaD, não é apenas mais uma forma de se ganhar dinheiro, economizar mão de obra e oferecer um ensino de baixa qualidade, a modalidade EaD em parceria as tecnologias e profissionais versáteis contempla um modelo ideal pra sociedade atual.

Hoje em dia cada vez mais as pessoas mergulhadas em seus afazeres, na solidão e falta de tempo em se relacionar com, amigos, parentes e estudar então, nem pensar. Falta tempo hábil para todas as tarefas. Além de faltar infra-instrutora da parte política pra abrigar toda a população de forma adequada.

Adequada, para moradia, saúde, transportes e trânsito, nas grandes cidades é quase impossível sair do trabalho e ainda ir pra faculdade, com tanta demanda do governo investindo em educação falta universidades públicas para tantos candidatos, falta acesso a universidades abertas, além de faltar capacitação adequada aos profissionais de educação da rede pública da educação básica.

É nessa lacuna deixada pelas políticas sociais e alavancada pelo uso de tecnologias, principalmente a internet é que a EaD encontrou o espaço para chegar onde está hoje, com  cursos reconhecidos pelo MEC, muitas universidades renomadas e tradicionalmente presenciais, hoje também abrem espaço ao EaD, referenciais de qualidade criados para nortear os profissionais dessa área de atuação.

Penso em EaD como parte da contemporaneidade e do futuro, não a vejo como uma vilã que desmereça o trabalho docente em sala de aula, pois um bom docente, um verdadeiro pesquisador e mediador de aprendizagens.Assim é e será em qualquer ambiente de   seja ele presencial ou a distância.

Na EaD o professor não desaparece nem substitui a educação formal, presencial, como podem pensar alguns menos avisados, mas ao contrário, exige-se do mestre maior esforço de planejamento, acompanhamento e avaliação para que o aluno adquira competências, habilidades e atitudes que promovam seu pleno desenvolvimento como pessoa, cidadão e profissional. (Elaine Furk Faria)

O fato de o aluno fazer parte de um ambiente virtual não significa que ela estará isolado, abundando e salvem –se quem puder, muito pelo contrário ele estará conectado com um número maior de profissionais e materias que talvez não teria num curso regular. A tecnologia é utilizada em qualquer situação seja de informação ou de comunicação.

A nova competência que um professor na era digital deve adquirir é a de ser capaz de reconstruir seu próprio projeto pedagógico de forma a atender as necessidades do novo contexto, sabendo empregar os recursos tecnológicos para facilitar a interação social entre os pares possibilitando assim a criação do conhecimento coletivo.( Faria,(Org.),2006 .)

Referências bibliográficas

Barros, Jussara de, Graduada em pedagogia disponível em:

http://www.brasilescola.com/educacao/educacao-distancia.htm acesso dia 23/08/2011

BRASIL. Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Legislação. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm#art80

BRASIL. Ministério da Educação. Portaria Ministerial nº 4.059, de 10 de Dezembro de 2004. Legislação. Disponível em:

http://meclegis.mec.gov.br/documento/view/id/89

Censo ead.br / organização Associação Brasileira de Educação a Distância. -- São Paulo : Pearson Education do Brasil, 2010.

Educação presencial e virtual:espaçoscomplementares essenciais na escola e na empresa?Elaine Furk Faria,(Org.).Andréa Ferreira Ramos…[et al] – Proto Alegra: EDIPUCRS,2006.219 P.

MEC/LEGIS possibilita o acesso a toda a legislação publicada sobre

Educação Superior e Educação a Distância:

http://meclegis.mec.gov.br/

MORAN, José Manuel. Fundamentos, políticas e legislação em EaD. Departamento de Extensão e Pós-Graduação.  Anhanguera Educacional, 2011. Vasconselos, Sérgio Paulo Gomes de (UERJ) disponível em: http://www.filologia.org.br/viiifelin/19.htm  acesso dia 23/08/2011.